Alexandra Leitão "não pede demissão" de Moedas mas 'alerta' sobre 45 dias
- 05/09/2025
Alexandra Leitão, cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa, apelou a respostas "em tempo no útil" em relação ao acidente com o Elevador da Glória, que fez até agora 16 vítimas mortais.
Em entrevista à SIC Notícias, a socialista deixou claro que à altura, com os dados que existem, não pede a demissão do atual presidente da autarquia: "Não peço a demissão de Carlo Moedas, ao contrário do que o próprio fez em 2021 em relação a Fernando Medina quando disse que 'erros técnicos têm de ter consequências políticas'. Com a moderação que me é conhecida, não peço a demissão."
Alexandra Leitão, que concorre à câmara lisboeta depois de Carlos Moedas ter 'roubado' a autarquia ao PS (e a Fernando Medina), apontou que o autarca "é um interessado, sim", mas que o caso "é antes de mais a tutela da Carris".
Quanto aos resultados do relatório preliminar, a socialista deixou algumas críticas, apontando que lhe parecia demasiado tempo para, pelo menos um relatório com resultados circunstanciais. "Teremos as primeiras informações em 45 dias. Já ouvi peritos dizer que lhes parece um prazo excessivo e que era importante saber antes. Também a mim me parece que poderia ser importante ser antes."
E confrontada sobre se as suas declarações não estão relacionadas com as eleições autárquicas, que se realizam a 12 de outubro - e, por isso, antes do prazo máximo para os resultados -, Alexandra Leitão disse que não esperava, "nem deixava de esperar", que esta fosse uma situação que prejudicasse Moedas na ida às urnas, mas apontou: "Não podemos deixar de dizer que há eleições autárquicas."
"Uma declaração que deixou muitas interrogações"
Ainda quanto à posição de Moedas na gestão desta crise, condenou que este não tivesse, para já, respondido a perguntas dos jornalistas aquando da declaração feita sobre a tragédia.
"Se estivesse na posição de Carlos Moedas não teria feito uma declaração sem direito a perguntas. É algo a que o Governo já nos vinha habituando e que agora também Carlos Moedas fez uma declaração sem direito a perguntas. Uma declaração que deixou muitas interrogações, mas pode ser que ainda haja outro momento", considerou, dizendo que os esclarecimentos eram importantes para "todos os que usam a Carris e, em especial, todos os elevadores, que estão parados".
"Não sei se Carlos Moedas tem outras informações que não deu. Neste momento, tendo em conta que, tanto quanto vejo, não se sabe o que se passou no elevador da Glória, penso que suspender é uma medida correta - embora também signifique que também não há certezas ao estado de manutenção daqueles", apontou.
De acordo com as autoridades, entre as 16 vítimas mortais do descarrilamento de quarta-feira estão cidadãos de nacionalidades sul-coreana e suíça, para além de portugueses. O acidente provocou também feridos com gravidade, de várias nacionalidades.
O Elevador da Glória, gerido pela empresa municipal Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
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