Parlamento da República Sérvia confirma Savo Minic como primeiro-ministro
- 03/09/2025
Savo Minic, o ministro cessante da Agricultura e das Florestas, foi escolhido para formar um novo governo pelo ex-Presidente da Bósnia e Herzegovina, Milorad Dodik, que foi destituído do cargo em meados de agosto.
O ex-Presidente da Bósnia e Herzegovina foi retirado do cargo por decisão judicial após ser condenado por incumprimento de decisões do tribunal central do país.
O Tribunal de Recurso da Bósnia-Herzegovina confirmou em agosto a sentença de um ano de prisão para Milorad Dodik por incumprimento do acordo de paz firmado em 1995.
Além da pena de cadeia Dodik fica proibido de exercer cargos públicos por incumprimento das decisões do Alto Representante para a Cooperação Internacional, responsável pela execução do acordo de paz que pôs fim à guerra na Bósnia-Herzegovina.
O novo primeiro-ministro, Savo Minic, faz parte do partido de Dodik, o partido político nacionalista sérvio na Bósnia-Herzegovina (SNSD).
O ex-Presidente da Bósnia não reconhece as decisões judiciais e declarou que se mantém em funções, destacando que "só o povo" pode decidir se continua a ser presidente, num referendo ilegal convocado para 25 de outubro.
Dodik disse hoje que após o referendo vai ser feita uma "resolução sobre a autodeterminação" para a República Sérvia.
A Comissão Eleitoral Central da Bósnia convocou eleições para 23 de novembro para eleger um novo presidente do Estado sérvio, que Dodik ameaçou impedir.
Há meses que a Bósnia atravessa uma das suas crises políticas mais graves, trinta anos após a guerra que se seguiu à proclamação da sua independência da Jugoslávia em 1992.
Desde o fim deste conflito, que fez quase 100.000 mortos entre 1992 e 1995, o país está dividido em duas entidades autónomas, sérvia e bósnio-croata, ligadas por um governo central.
As autoridades da República Socialista da Sérvia não reconhecem o alto representante internacional para a Bósnia, o alemão Christian Schmidt, nem os tribunais centrais bósnios e, desde fevereiro, não autorizam a polícia central bósnia a operar no seu território, que representa metade do país.
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